segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

I Love You My Girl


Eu vivo no domingo a monotonia do dia-a-dia
Desenho palavras riscadas a cada nota
Desfaço de minha mão os versos rabiscados
Disfarço em meu olhar a estúpida vontade
A mansidão de uma canção, apenas
Como numa das mãos havendo uma pomba a ser liberta
Na parte em vista, invista, à vista
O mar aceso em chamas
Palavras, rimas, rimadas, risos de uma menina
A mansidão da canção já não é tão calma
E o céu não brilha mais em azul, não tão claro
As notas se multiplicam, complicam e se alongam
Parece ser um solo de saxofone ou de uma guitarra
E as chamas adormecem nos braços do malvado mar
E isso é apenas um coração batendo
Por quem nunca se sabe, apenas bate e se pergunta
Como palavras em inglês do Texas
Que não sei como se fala, como se falar
I Love you my girl


Michel Silva

Em Algum Lugar


Eu só quero ter o prazer de ver o beijo
Apaixonado o sol pelo mar
Quero vê-lo sumindo por detrás das nuvens
Espero apenas esquecer
Aquela amizade que me faz tanta falta
Estragada pelo tempo, com o salitro, queimada
Meus sentidos perdidos
Meu extinto sacana, sarcástico, seu cinismo
Em que parta se encontra agora?
No meu mais puro estado de insanidade, eu não quero saber
Verdades propriamente ditas, cem vezes uma mentira
E os gatos passeiam por sobre o telhado
O céu continua vermelho, mas o sol já se deitou
E se levantou no Japão às sete da noite
Fim do beijo, foi tão rápido
Eu pude contar quase até um, num piscar de olhos
A cidade se ilumina, o dia terminou
E por onde andas meus pensamentos?
Insanamente, estão com você, estão em você
Em algum lugar


Michel Silva

Precisei Aprender


Eu precisei voltar no tempo, tanto quanto o tempo necessário.
Eu precisei jogar minha vida fora, eu tive que recuperá-la.
Eu precisei de você para viver, eu precisei aprender a viver sem você.
Eu quis ficar, eu tentei ficar, mas eu precisei aprender a ir embora.
Tanto eu tentei, eu quis falar, mas precisei aprender a ficar calado.
Eu precisei aprender a viver assim, eu precisei voltar à realidade.
Eu precisei ficar tão perto quanto o possível, mas eu precisei aprender a aceitar a distância.
Eu precisei de um breve, rápido beijo, eu precisei ficar só.
Eu desejei sua pele, eu precisei desejar que você saísse de mim.
Eu desejei tanto quanto eu não podia o seu abraço, seu corpo colado no meu.
Eu desejei tanto quanto eu não queria que você sumisse.
Eu precisei de tempo, tanto quanto eu precisei há meses atrás.
Eu desejei um amor, eu precisei aprender que era ilusão.
Eu desejei sonhar com você, eu precisei aceitar que não era necessário.
Eu quis tanto quanto podia querer, eu precisei tanto quanto podia.
Eu precisei ver o sol nascendo, eu tive que aprender.
Eu precisei ver a lua se pondo, eu tive que esperar.
Eu desejei seu amor, mas precisei aprender que não era o que eu precisava.
Eu desejei jogar minha vida fora, mas aprendi que por você não valeria à pena.


Michel Silva

Só Viajando


Eu me pego perguntando, rindo, viajando.
Eu me vejo em histórias, te beijando, viajando.
Eu me lembro de momentos, que nunca aconteceram, eu viajo.
Eu viajo em lembranças que nunca fizeram sentido algum.
Eu viajo na linha do horizonte enquanto junta-se ao sol.
Eu viajo por cada linha tracejada em negrito de seu rosto em minha memória, no HD do meu computador.
Eu te vejo em meus momentos, que eu jamais consegui imaginar.
Eu penso, viajo, vejo, sinto e no final estou sempre só, só viajando.


Michel Silva

domingo, 11 de dezembro de 2011

Aline!


E de repente Aline é o nome dela
De repente tudo começa tudo de novo
E as coisas mudam de lugar. A paisagem!
Desculpas de amor perdido no espaço. Mentiras!
Contamos com cada parte errada da história
E de repente Aline é quem aparece. No horizonte!
Quem não sai dos pensamentos. Milésimos de segundo!
Segundo um poeta. Apaixonado!
E de repente Aline é quem pinta. Memórias!
E quem se torna o anjo real da história?
Apenas perdão. Necessito!
Teu abraço, teu sorriso, tua voz
E de repente é Aline. Sem sobrenome!
Quem gosta do meu pé de laranja-lima
Acredita mesmo. Anjo!
Ao céu azulado, ao mar calmo, um beijo
Consumo em cada mililitro de tempo um espaço de água. Amor!
Música favorita, livro preferido, filme infantil. Perfeito!
E de repente é Aline. Aline!


Michel Silva

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Tempo


Eu poderia manter a distância
Aquela distância que não me conforta
Mas eu não consigo te ver
Não conseguirei, não tão perto

Espero apenas à hora chegar
Até que seja tarde, até que seja para mim
Eu posso ver a luz se apagando, vagarosamente, tempo
Onze horas a esperar, tão perto

Eu vejo o vento passar entre os galhos
Fogo calmamente esquentando as horas
E as nuvens passam, aceleradamente, tempo
Não sei o que há com as ondas

Eu escolho minuciosamente cada palavra
E vivo isso pela primeira vez, tudo de novo
 E o tempo passa, seu rosto, tempo
Tenho tanto, preciso tanto, por assim dizer

O que seria o tempo, do tempo, sem perguntas
Louco, me encontro louco no espelho do quarto
A olhar a lua incandescida, nuvens, tempo
Estrelas sem rumo, espaço, hora

Luzes, tempo, apagam, seu rosto reflete
Um fã louco, amor, tempo
Invisível aos olhos desatentos
Luto contra, apenas, hora, tempo


Michel Silva

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Cuidando de Você


É injusto culpá-lo neste momento
Ele não fez nada de errado, apenas estava lá
Na hora errado, como sempre
Em busca de uma aventura
No telhado do prédio ao ar
Tentando ver o "problema da sala ao lado"
Que passa ao seu lado e não fala nada
Não o julgue tão severamente
Não vê que está se condenando?
Maior que nós dois juntos
É o amor daquele rapaz parado na esquina
Você pode vê-lo?
Ele esta apenas cuidando de você
Ele esta apenas dizendo que te ama
Ele esta apenas dando a vida dele pela sua


Michel Silva

Falta

Vou sentir falta de suas mensagens no meu celular;
Do seu cheiro em meu travesseiro;
De sua voz em meu ouvido;
Da sua risada a me deixar despeço;
Do seu jeito de andar tão certo;
Do seu jeito de falar tão incerto;
Das suas unhas carnívoras, famintas por amor;
Do seu olhar provocante, provocando minha vontade de te amar;
Do seu sorriso a clarear meu dia;
Do meu dia com você;
Da saudade a ser matada;
Dos meus olhos brilhando prestes a te ver;
Da minha mão suando perto de ti;
Vou sentir falta, do teu corpo deitado na minha cama;
Do teu beijo a molhar o meu;
Dos pelinhos das suas costas;
Do seu olhar a me condenar;
Do seu prazer em me provocar;
Vou sentir falta do amor que nunca foi meu.
Michel Silva